Chuvas intensas causam prejuízos na agricultura catarinense
Entrevista com Edson Borba Teixeira, gerente regional da Epagri
O Jornal da Guarujá entrevistou Edson Borba Teixeira, gerente regional da Epagri, para discutir os impactos da chuva excessiva na agricultura das regiões AMREC e AMESC. A conversa revelou os graves prejuízos enfrentados pelos agricultores devido ao excesso de chuva na região.
Impactos na agricultura
O setor agropecuário das regiões AMREC (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) e AMESC (Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense) tem enfrentado sérios desafios devido ao excesso de chuva na região. O gerente regional da Epagri relatou que o fumo é uma das atividades agrícolas mais impactadas na região. Até o momento, mais de 3 mil famílias enfrentaram prejuízos que ultrapassam os 130 milhões de reais. Esses números podem aumentar devido aos impactos contínuos nas plantações e ao levantamento em curso.
Além do fumo, outras culturas, como o arroz e o milho, também foram afetadas pelo solo encharcado e chuvas frequentes. Os agricultores enfrentam atrasos nos tratos culturais, adubação e controle de pragas, resultando em menor produtividade.
A criação de animais também sofreu devido aos acessos prejudicados devido às condições climáticas adversas. A bovinocultura de leite enfrentou dificuldades devido às estradas danificadas e ao estresse dos animais causado pela pastagem úmida.
Medidas de apoio do governo do estado
A Epagri está realizando um levantamento de prejuízos em todo o Estado para fornecer informações ao Governo do Estado. O objetivo é identificar as áreas e atividades mais prejudicadas e tomar medidas de apoio aos agricultores afetados. O relatório será entregue ao secretário da Agricultura, Valdir Colatto, e outros órgãos governamentais.
De acordo com Edson, o governo do estado anunciou medidas de apoio, incluindo a prorrogação de parcelas de financiamentos para agricultores que possuem financiamento direto com a Secretaria do Estado de Agricultura e adiantou que outras medidas deverão ser anunciadas nos próximos dias .
A entrevista destacou a necessidade de ações de manejo a longo prazo, como armazenamento de água e manejo do solo para enfrentar eventos climáticos extremos, que se tornaram mais frequentes. O gerente regional da Epagri, destacou ainda que os agricultores devem se preparar para enfrentar tanto o excesso de chuva quanto a estiagem, trabalhando na conservação de água e solo e na redução do impacto ambiental.
Ainda de acordo com Edson, o governo do estado está tomando medidas para apoiar esses agricultores e mitigar os prejuízos econômicos. No entanto, os impactos a longo prazo da mudança climática também requerem a implementação de ações de manejo e conservação do solo e da água.
Confira entrevista completa: