Mãe desabafa: “Quando a coordenadora pedagógica viu que minha filha era autista, ela tratou de uma forma muito grosseira”
*Até o fechamento da entrevista secretaria de educação e administração municipal não se manifestaram
Na manhã desta quarta-feira, dia 6, o Jornal da Guarujá teve uma conversa com Brenda Cardoso, uma mãe que expôs nas redes sociais uma situação constrangedora vivida por ela em uma escola municipal de Orleans. O caso não apenas repercutiu na cidade, mas também nas redes sociais.
Brenda relatou que, ao tentar matricular sua filha autista em uma escola municipal, foi surpreendida por uma atitude discriminatória por parte da coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação do município. A mãe, preocupada com a logística das terapias que a filha realiza de manhã, solicitou uma vaga no período vespertino. Contudo, ao revelar que a criança era autista, a coordenadora tratou a situação com extrema grosseria.
“Quando a coordenadora pedagógica viu que minha filha era autista, ela tratou de uma forma muito grosseira. Ela disse que não ia colocar, pois já tinha dois autistas muito severos na turma. E a partir desse momento, ela começou a ser muito grosseira comigo”, relatou Brenda.
A mãe explicou que a mudança de horário prejudicaria a rotina terapêutica da filha, que já participa de acompanhamentos específicos pela manhã. Após a recusa, Brenda decidiu gravar um vídeo expondo a situação, que ganhou grande repercussão nas redes sociais.
Após a repercussão do vídeo, a secretaria municipal de educação emitiu uma nota afirmando que a matrícula foi efetuada sem problemas.
“A matrícula sempre deixei claro, eles fizeram, mas o que aconteceu? A Marjorie ficou sem turma, se abrisse uma turma no período da tarde, ela teria uma turma, se não, como ela me disse, tu vai ter que dar teu jeito, você tem que trazer ela de manhã, escola tem”, explicou Brenda.
Após o ocorrido, Brenda buscou auxílio jurídico e registrou um boletim de ocorrência, encaminhando o caso ao Ministério Público.
O caso de Brenda Cardoso ressalta a importância do debate sobre inclusão e respeito às necessidades especiais nas escolas municipais, ela espera que sua luta por inclusão e respeito aos direitos de sua filha autista ajude a sensibilizar as autoridades para a necessidade de tratamento adequado a crianças com necessidades especiais.
Ainda durante a entrevista, Brenda ressaltou a importância de mais mães manifestarem seus direitos para que professores auxiliares sejam destinados a essas crianças, proporcionando uma educação inclusiva, já que no momento da matrícula, ela soube que apesar de já ter dois alunos com autismo severo, não haveria professores auxiliares.
O Jornal da Guarujá tentou entrar em contato com a secretaria de educação e com a administração municipal para obter esclarecimentos sobre o caso, mas não obteve resposta.
Assista a entrevista completa