Santa Catarina tem se destacado no cenário nacional pelo seu impressionante índice de resolução de homicídios, atingindo uma média de 77%. Em busca de entender os bastidores desse feito notável, o Jornal da Guarujá teve a oportunidade de conversar com o delegado-geral da Polícia Civil do estado, Ulisses Gabriel, nesta manhã de quarta-feira.

O delegado Gabriel atribui esse sucesso a um trabalho incansável dos policiais civis e aos investimentos estratégicos realizados pelo governador Jorginho. Quando assumiram seus cargos, tanto a Polícia Civil quanto o governador tinham como meta elevar o índice de resolução de homicídios, que inicialmente estava em 71%.

” O objetivo nos dois primeiros anos de gestão  do governador Jorginho era atingirmos de 75 a 77% que são os índices do Canadá e da Holanda respectivamente”.

Esse empenho resultou em um planejamento estratégico eficaz, que já apresentou resultados notáveis e que alcançou 77% da resolução de crimes, índices iguais a  países da América do Norte ou Europa. Agora, mirando mais alto, a meta é chegar a um índice de 89% até 2026, equiparando-se à resolução de homicídios na Austrália. Para atingir esse objetivo, estão em andamento estudos e análises específicas, com foco nas 10 cidades que apresentam os menores índices de resolução.

Ao ser questionado sobre os principais pilares que sustentaram esses números impressionantes, o delegado Ulisses enfatizou que é uma combinação de fatores. A implementação de metas na Polícia Civil, aliada ao aumento da produtividade das unidades policiais de investigação, resultou em recordes no cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão. Essa eficiência tem contribuído para a prevenção e resolução de crimes, incluindo o tráfico de drogas, dinheiro e armas.

“Nós criamos uma gestão baseada em metas na Polícia Civil de Santa Catarina. As unidades policiais de investigação bateram metas. Nós alcançamos aí um recorde histórico no cumprimento de mandados de prisão em Santa Catarina. Aumentamos em 65% o número de mandados de prisão cumpridos e batemos recordes também no cumprimento de mandados de busca e apreensão”, destacou o delegado.

Um aspecto importante desse progresso é o reconhecimento e valorização dos profissionais envolvidos, está prevista a contemplação das dez delegacias mais produtivas de Santa Catarina com viaturas novas, como forma de incentivo e reconhecimento pelo trabalho árduo.

O delegado destaca que, há alguns anos, Santa Catarina era vista como um terreno fértil para criminosos, mas os recentes números de redução de homicídios e aumento da resolução de crimes demonstram uma mudança . Em 2017, o estado enfrentou seu maior índice de homicídios, ultrapassando mil casos. Porém, no ano passado, registrou uma redução para pouco mais de 500 casos, mostrando uma melhoria na segurança pública.

Diante desses avanços, Santa Catarina se tornou o estado mais seguro da federação, graças aos esforços conjuntos da polícia, aos investimentos do governo e ao comprometimento dos profissionais de segurança. Para manter essa posição e garantir a continuidade dos índices satisfatórios, o aumento do efetivo policial é fundamental.

“O aumento do efetivo é chave para que esses índices continuem satisfatórios. A audiência pública para o concurso público promovido pela Polícia Civil já teve sua primeira etapa realizada em janeiro. Queremos concluir o concurso até setembro, com todas as fases. É um concurso que tem oito fases, então, finalizando em setembro, já queremos começar a nomear esses aprovados”, acrescentou o delegado.

Por fim, o delegado lamenta que, mesmo diante desses progressos, ainda haja quem demonize o trabalho policial. O recente desfile da escola de samba de São Paulo, a Vai-Vai, que retratou agentes da segurança pública de forma negativa, é visto como um desserviço à sociedade. A polícia, afirma ele, é a última barreira contra o crime e a anarquia, e é essencial para a manutenção da ordem social.

Em relação a casos específicos, como o trágico homicídio durante o feriado de Carnaval em Balneário Rincão, o delegado enfatiza a complexidade dessas situações e a necessidade de medidas eficazes de segurança pública e proteção às vítimas, especialmente quando envolvem problemas como o uso de drogas.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, o sucesso de Santa Catarina na resolução de homicídios é resultado de um esforço conjunto, que combina planejamento estratégico, investimentos adequados, reconhecimento profissional e ação eficaz das autoridades policiais.

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