“Estamos sendo prejudicados por uma retaliação política”, diz prefeito de Pedras Grandes sobre atraso nas obras da rodovia
Obra essencial para o sul de Santa Catarina, a rodovia da Imigração Italiana segue sem conclusão devido ao bloqueio de recursos
O atraso na liberação da terceira parcela para a continuidade da Rodovia da Imigração Italiana, que corta Pedras Grandes, gerou uma grande indignação no município. Em entrevista ao Jorna da Guarujá, o prefeito Agnaldo Filippi não escondeu o descontentamento com o governo estadual, que mais uma vez paralisou as obras essenciais para o desenvolvimento da região sul de Santa Catarina.
“Olha, não é pra menos, né? A situação é muito frustrante. Além de atrasar toda a programação da prefeitura, é claro que incomoda demais as pessoas. Essa obra é fundamental para o desenvolvimento do sul do estado, ela liga Pedras Grandes à Urussanga e a outras regiões, e o que estamos vendo agora é um desânimo generalizado”, afirmou o prefeito, visivelmente chateado com o cenário.
A obra da rodovia está sendo realizada em duas etapas, com um investimento de 14,9 milhões de reais na primeira e 16,8 milhões na segunda. De acordo com Agnaldo Filippi, a primeira etapa está 95% pronta, mas a paralisação da segunda etapa – com 8 quilômetros de extensão – tem gerado grandes transtornos à população local. “Com o que já foi feito, o trecho ficou praticamente pronto, mas agora estamos travados. A primeira parte deveria estar concluída, mas, por falta de repasses, a obra parou. Isso nos prejudica muito, especialmente porque a rodovia é fundamental para o escoamento da nossa produção agrícola”, explicou.
Em outra entrevista ao Jornal da Guarujá, o prefeito revelou que o município ingressou com uma ação judicial contra o governo estadual devido ao atraso nos repasses. “Ganhamos no primeiro grau, ganhamos no segundo grau. O governo foi obrigado a liberar a segunda parcela, mas, mesmo assim, a obra foi paralisada novamente”, desabafou Agnaldo Filippi.
“Agora, com dois quilômetros executados, com recurso liberado pela justiça, o governo está alegando pendências burocráticas para justificar mais um atraso. E o que mais nos incomoda é que, mesmo com a situação resolvida, a obra foi paralisada novamente”, continuou o prefeito.
A indignação de Agnaldo Filippi também se reflete na falta de infraestrutura básica e nos riscos à segurança da população. “Olha, a situação está crítica. Não consigo colocar o saibro porque vai contaminar a base, não consigo patrolar o trecho porque as pedras estão cortando os pneus dos veículos. Esse trecho é fundamental para a nossa produção, e o governo não libera os recursos. Isso está afetando diretamente nossa economia e a vida das pessoas que dependem da rodovia”, desabafou.
O prefeito também destacou que a obra deveria ter sido concluída no final do ano passado, mas agora, com o ano de 2025 em curso, a situação segue sem uma solução. “A obra está paralisada, a população está cansada dessa novela mexicana que se arrasta por anos. Isso é um absurdo”, disse com tom enfático.
Agnaldo Filippi acredita que a paralisação seja uma retaliação política. “Eu não tenho dúvida nenhuma. Antes da eleição, havia pessoas da minha oposição aqui em Pedras Grandes pedindo para que o governo não liberasse os recursos para a obra. Agora, depois de tanto tempo, não tenho dúvidas de que isso é uma retaliação política”, afirmou.
O prefeito frisou que a situação é mais grave do que uma questão partidária e pediu que as obras sejam retomadas o mais rápido possível. “Pedras Grandes não está prejudicando o governador, está prejudicando a população. Essa política velha, que atrapalha o desenvolvimento da nossa cidade, precisa acabar. Não é possível que uma obra de 34 milhões de reais leve 3, 4 anos para ser executada. Isso é uma vergonha”, concluiu Agnaldo Filippi.
Ele também ressaltou que, apesar de toda a dificuldade, Pedras Grandes segue buscando alternativas. “Eu trabalho para o município e não para a política. Minha população precisa de infraestrutura, precisa de uma rodovia que ajude no desenvolvimento e no crescimento da nossa região. É isso que estamos cobrando”, finalizou.
Confira entrevista completa