Boletim de Conjuntura Econômica da ACIC destaca crescimento na região Sul de SC
A Associação Empresarial de Criciúma (ACIC) divulgou sua mais recente edição do Boletim de Conjuntura Econômica, elaborado pelos economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza. O boletim revela um panorama positivo para a economia de Criciúma e da mesorregião Sul de Santa Catarina. Dos dez indicadores analisados, nove apresentaram resultados positivos, evidenciando um crescimento econômico robusto na região.
Em conversa com o Jornal da Guarujá, Leonardo Alonso Rodrigues, economista e consultor da ACIC, destacou a importância deste estudo para entender melhor a economia local e regional. Rodrigues explicou: “Quando nós falamos de economia, muito se parte de vários indicadores, principalmente nacional e internacional, muitas vezes trabalhado no Estado como um todo. Esse trabalho é bem importante porque ele visa entender um pouco mais a economia local, da economia regional, e através dos números que existem, pelas fontes e tudo mais, nós fazemos esse trabalho de levantamento, de organização das informações para chegar numa certa análise.”
Ele também revelou que, até o momento, os indicadores para 2024 mostram um crescimento econômico tanto em Santa Catarina quanto na região Sul. “Vários indicadores apresentam até esse momento de 2024, um crescimento econômico da região sul-catarinense, de Criciúma especificamente também. O que já vem acontecendo no estado, os principais indicadores crescem pelo menos ao dobro do que o Brasil. Então isso se refletiu na região, e aí estamos falando em geração de emprego, novas empresas, enfim, geração de tributos.”
Rodrigues destacou alguns dos indicadores mais significativos. A geração de empregos formais é um dos principais pontos positivos, com um saldo de aproximadamente 10 mil novos empregos na região sul, sendo 2.285 apenas em Criciúma. Esse crescimento não só proporciona uma melhoria na renda da população, como também impulsiona o consumo e gera um ciclo econômico benéfico.
Outro destaque é o aumento no financiamento imobiliário, que cresceu mais de 10%. Isso demonstra um aquecimento no setor da construção civil, o que, por sua vez, contribui para a geração de mais empregos e atividade econômica. Além da geração de empregos e financiamento imobiliário, o boletim também analisa indicadores como o consumo de energia elétrica, operações de crédito, frota de veículos, comércio exterior, e a arrecadação de ICMS e IPVA.
“Quando a gente fala que a atividade econômica vem crescendo. Alguns pontos ali, por exemplo, a inflação nos últimos dois anos caiu bastante, tínhamos quase 12% ao ano de inflação, hoje é 4,5%. Os juros, por exemplo, que é outra coisa que impacta diretamente, estava quase 14% ao ano, está 10,5%. 16 milhões de trabalhadores foram adicionados ao mercado de trabalho no Brasil nos últimos dois anos. E aí é renda, consumo, enfim.”
No entanto, Rodrigues observou que há desafios no cenário econômico nacional. “O que acontece, e principalmente a partir de abril para maio, é que algumas instabilidades sejam internas aqui no Brasil quanto externas, começaram a contaminar um pouco o ambiente que isso foi, a trazer esse pouco de preços mesmo. Então, nós temos um cenário desafiador do ponto de vista das contas públicas. O governo não tem conseguido trazer números positivos, então as contas estão em vermelho, isso impacta bastante.”
Rodrigues também destacou que, apesar do crescimento, a questão da mão de obra continua a ser um desafio para os empregadores. “Santa Catarina, de certa forma, tem a melhor taxa de emprego do país, mas ainda enfrenta uma escassez de trabalhadores qualificados. A demanda por mão de obra qualificada continua sendo um ponto crítico para o desenvolvimento econômico da região.”
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