No quadro Mente em Sintonia do Jornal da Guarujá, a psicóloga Vanesa Bagio abordou um tema muitas vezes mal compreendido: o transtorno bipolar. “Muitas pessoas dizem ‘acho que sou bipolar’, mas precisamos entender melhor o que realmente caracteriza esse transtorno e essa oscilação de humor”, destacou.

O que é transtorno bipolar?

Segundo Vanesa, o transtorno bipolar é marcado por mudanças significativas de humor, que podem ser repentinas ou se estender por um período maior. “A bipolaridade se caracteriza muito por momentos de euforia e, em seguida, por quadros de depressão”, explicou.

Ela ressaltou que as oscilações emocionais de quem tem o transtorno são muito intensas. “A pessoa pode estar extremamente eufórica, cheia de energia, com impulsos fortes para agir, e, de repente, entrar em um estado depressivo profundo, onde não quer sair de casa e se isola”, disse.

A psicóloga alertou que nem toda mudança de humor significa bipolaridade. “Se eu acordei meio mal e cheguei ao trabalho me sentindo melhor, isso não quer dizer que sou bipolar. Muitas vezes, são apenas reações normais a situações do dia a dia.”

O transtorno bipolar é incontrolável?

Vanesa afirmou que a bipolaridade não é apenas uma dificuldade em lidar com emoções. “É incontrolável. A pessoa não precisa de um gatilho externo para ter essas oscilações. Simplesmente acontece”, pontuou.

Ela explicou que o transtorno pode ter fatores genéticos e neurológicos. “Os primeiros sintomas costumam surgir entre a adolescência e a fase adulta, entre os 15 e 25 anos.”

Sobre a associação do transtorno bipolar a questões financeiras, A psicóloga esclareceu que, apesar de não ser um fator determinante, a euforia característica da bipolaridade pode levar a gastos impulsivos. “A pessoa entra na euforia e compra sem pensar. Depois vem o arrependimento. Então, pode haver impacto financeiro, mas a bipolaridade não é causada por isso.”

Transtorno bipolar em crianças e tratamento adequado

Vanesa explicou que é difícil diagnosticar bipolaridade em crianças, pois os sintomas podem se confundir com TDAH ou ansiedade. “É preciso considerar a idade e outros fatores antes de um diagnóstico”, disse.

Quanto ao tratamento, a psicóloga reforçou que não há cura para transtornos mentais, mas há controle. “O tratamento precisa envolver medicação, psicoterapia e mudanças na rotina. Apenas a terapia ou apenas a medicação não são suficientes”, afirmou.

Tipos de transtorno bipolar

A especialista também explicou que existem diferentes tipos de bipolaridade:

• Transtorno Bipolar Tipo 1: “É o mais grave. A pessoa tem episódios de mania intensa e depressão profunda que duram pelo menos sete dias. Em alguns casos, pode ser necessária internação, pois há risco de crises psicóticas.”
• Transtorno Bipolar Tipo 2: “Os episódios de mania são mais leves, duram pelo menos quatro dias e não geram crises tão graves, mas a depressão ainda é intensa.”
• Ciclotimia: “Oscilações constantes de humor, porém menos severas.”

Por fim, Vanesa destacou que, embora não haja uma estatística clara sobre qual gênero é mais afetado, os números mostram um aumento nos casos de transtornos mentais em geral. “A saúde mental está em um nível muito preocupante no Brasil”, concluiu.

Para mais informações sobre o trabalho de Vanesa Bagio e dicas sobre saúde mental, visite seu perfil no Instagram @vanesabagio.psi ou agende uma consulta em seu consultório localizado no Edifício Cidade das Colinas, Rua João Ramiro Machado, 321 – Sala 6, Centro de Orleans.

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