A implantação de novas políticas de qualidade no atendimento às vítimas e o endurecimento no combate ao crime têm resultado em uma significativa queda nos índices de criminalidade em Santa Catarina. Até o dia 25 de janeiro, os dados apontam uma redução de 50% nos casos de feminicídio, 17% a menos em homicídios e uma queda de 100% nos casos de latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

O Jornal da Guarujá conversou sobre o tema na manhã desta quarta-feira, 29, com Ulisses Gabriel, delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina. Segundo ele, o resultado positivo é fruto de um planejamento estratégico focado em quatro pilares: relação com a comunidade, integração com outras forças de segurança, colaboração com o Ministério Público e o Judiciário, além do aumento de investimentos na polícia. “O governador Jorginho pediu que fôssemos linha dura contra o crime e oferecêssemos um melhor atendimento ao cidadão”, destacou.

Entre as medidas implementadas, houve um aumento expressivo na produtividade da polícia. Em 2023, foram cumpridos mais de 6.300 mandados de prisão, um aumento de 76% em relação a 2022. Também foram executados 8.791 mandados de busca e apreensão, representando um crescimento de 74% na mesma comparação. “Com isso, conseguimos retirar mais armas e dinheiro do crime organizado. Em 2022, apreendemos R$ 1,54 milhão em espécie. Em 2023, esse número saltou para R$ 3,94 milhões, mantendo-se na casa dos R$ 3,5 milhões em 2024”, detalhou Gabriel.

Apreensões de drogas também cresceram expressivamente. O volume de cocaína retirado das ruas aumentou 191% de 2023 para 2024, enquanto o de crack subiu 212% e o de maconha teve um aumento de 1.248% em relação a 2022. “Esse trabalho tem impacto direto na segurança da população. Com menos drogas em circulação, temos menos crimes relacionados ao tráfico”, explicou o delegado-geral.

A redução de homicídios e feminicídios foi destacada como um dos grandes avanços da política de segurança. “A única categoria de mortes violentas que aumentou foi a de confrontos com a polícia, ou seja, criminosos que resistiram à prisão e acabaram mortos”, esclareceu Gabriel.

Outro fator importante foi a queda nos crimes patrimoniais. “Os roubos caíram 13% de 2022 para 2023 e mais 16% de 2023 para 2024. Já os furtos tiveram uma redução de 5,86% no último ano”, informou.

Apesar dos avanços, Ulisses Gabriel reconhece desafios, como o crescimento dos crimes de estelionato, principalmente golpes aplicados via WhatsApp. “Houve um aumento de quase 2% nesses crimes, mas estamos reagindo. Criamos delegacias especializadas em Florianópolis, Joinville e Blumenau, e aumentamos em 80% as operações policiais para combater esses golpes”, afirmou.

A falta de efetivo também preocupa. “Desde 2017, não temos concurso para agentes e escrivães. O governador autorizou nomeações de delegados e psicólogos para atuar no atendimento a vítimas, mas ainda precisamos de mais profissionais. Estamos trabalhando para solucionar isso”, afirmou o delegado-geral.

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