Operação Terra Nostra: Polícia Civil investiga suposto superfaturamento na compra de terreno pela prefeitura de Urussanga
Entrevista com o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel
A Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, por meio da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, desencadeou uma operação nesta quinta-feira, dia 21, cumprindo 19 mandados de busca e apreensão. A ação tem como objetivo investigar um suposto superfaturamento na compra de um terreno pela prefeitura de Urussanga.
O terreno em questão foi avaliado em R$ 45.000,00 por um perito judicial em 2021. No entanto, segundo as investigações da Polícia Civil, o mesmo terreno foi adquirido pela prefeitura por um valor aproximado de R$ 650.000,00.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá na manhã desta sexta-feira, o delegado geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, comentou sobre a operação e suas implicações. Ele afirmou: “A Operação Terra Nostra visou identificar, através da coleta de provas, um possível superfaturamento de terreno adquirido pela prefeitura de Urussanga com a finalidade de estabelecer uma terceira área industrial no município vizinho de Orleans.”
Gabriel explicou que a polícia atuou em colaboração com a segunda delegacia de Polícia de Combate à Corrupção, sediada em Tubarão, e contou com autorização da Desembargadora Cíntia do Tribunal de Justiça de Santa Catarina para realizar as diligências.
Durante a entrevista, o delegado ressaltou o compromisso da Polícia Civil no combate à corrupção, destacando o aumento significativo nas operações policiais voltadas para esse fim desde 2023, quando o governador Jorginho Mello assumiu o cargo. Ele enfatizou: “Nós mais que dobramos as ações de combate à corrupção em Santa Catarina. Em 2023, aumentamos em 130% as operações policiais nessa área. Em 2024, conseguimos ampliar ainda mais a produtividade em comparação com 2023.”
Sobre a repercussão do caso na região, o delegado afirmou que a comunidade está preocupada com as informações de um possível superfaturamento, mas ressaltou a necessidade de concluir as investigações para confirmar os fatos. Ele disse: “O indicativo é que tem ocorrido (o superfaturamento), mas a polícia tem que trabalhar com a busca de provas e com todo o cuidado necessário para depois, ao final do inquérito policial, verificar se há elementos para o indiciamento pelos crimes.”
Além disso, o delegado também abordou a recente aprovação pelo Congresso Nacional do fim das saídas temporárias para detentos, destacando a importância da medida para garantir a segurança pública. Ele afirmou: “Um indivíduo que pratica um crime tem que cumprir a pena na integralidade. Não tem que ter benefícios, não tem que ter vantagens por ter cometido um crime. Se ele cometeu o crime, é condenado e vai cumprir a sua pena.”
Confira entrevista completa