Reforma Tributária: Desafios e perspectivas na transformação do sistema
Entrevista com Pablo Bittencourt, economista chefe da Fiesc, sobre as implicações locais e internacionais da reforma aprovada pelo Senado Federal
A reforma tributária aprovada pelo Senado Federal na última semana tem sido tema de intensos debates em diversos meios de comunicação, desde telejornais até programas de debates políticos. Para discutir esse assunto crucial, o Jornal da Guarujá entrevistou Pablo Bittencourt, economista-chefe da Fiesc, a Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina.
Pablo destacou que realizar uma reforma tributária é um feito significativo, considerando que o sistema anterior era custoso, complexo e ineficiente. Ele enfatizou que, apesar das dificuldades inerentes às reformas, a mudança é necessária, especialmente após mais de 30 anos de discussão sobre o tema.
No entanto, o economista expressou preocupação com as modificações realizadas pelo Congresso, afirmando que algumas delas pioram as condições tanto para a produção quanto para a população. Ele criticou o aumento do conjunto de exceções, destacando que sempre que há exceções, a regra geral piora para aqueles que ficam sujeitos a ela. Segundo ele, o sistema ideal teria uma alíquota mais próxima de 20-22%, mas as mudanças podem resultar em uma alíquota entre 26% e 27,5%, representando um impacto significativo.
Quando questionado sobre a velocidade da implementação da reforma, Pablo reconheceu que todos desejariam que fosse mais rápido, mas explicou que há desafios, incluindo transições para contribuintes, empresas e para a arrecadação dos estados e municípios. Ele detalhou as etapas dessa transição, que se estende até 2033.
Ainda durante a entrevista, Pablo concordou que uma reforma administrativa também é necessária, destacando a importância de ajustes na eficiência do Estado. Ele salientou que a reforma tributária não é uma solução única para todos os problemas, e outros desafios, como gastos públicos, exigem abordagens específicas.
No que diz respeito ao cenário internacional, Pablo afirmou que a reforma aumenta a competitividade internacional, beneficiando especialmente os produtores e exportadores. Ele explicou que o novo sistema tributário elimina a acumulatividade, o que torna os produtos brasileiros mais competitivos globalmente.
Sobre os impactos locais, Pablo destacou que a reforma é particularmente benéfica para Santa Catarina, um estado industrial. Ele ressaltou que a indústria, ao competir internacionalmente, impulsiona o desenvolvimento econômico, gera melhores salários e promove inovação.
Confira entrevista completa