Vereador Dovagner Baschirotto lamenta descumprimento de acordos: “A palavra dada não foi cumprida”
O vereador Joel Cavanholi (PL) concedeu uma entrevista à Rádio Guarujá na semana passada, onde revelou sua participação em uma reunião para discutir a formação do chamado “Blocão da Oposição”. Segundo ele, o grupo previa realizar três reuniões sobre o tema, mas, diante de divergências sobre o mandato de seis meses proposto, optaram por não continuar participando das demais. Joel ainda afirmou que não houve acordo firmado devido a essa decisão.
Para esclarecer o assunto, o Jornal da Guarujá conversou com o vereador Dovagner Baschirotto (MDB), que detalhou a dinâmica das reuniões e os desdobramentos. “Na verdade, foram duas reuniões. A primeira foi na casa do vereador Joel, e a segunda, na casa do Delton Baggio. Participaram, além de nós dois, os vereadores Pedrinho, Maiara, Mirele, Marlise, Jana. O Padilha, o Cristóvão Crocetta e o Mário Coan”.
Na segunda reunião, já foi proposto como seria a divisão dos quatro mandatos da Câmara. Uma terceira reunião seria para alinhar pontos e convidar novos participantes, mas essa não aconteceu por dificuldades de agenda. Um dia um não podia, outro dia outro não queria, e assim foi enrolando”, relatou Dovagner.
Sobre o clima das reuniões, ele destacou a importância de cumprir acordos. “Vereadores bateram na mesa dizendo que palavra dada é palavra cumprida. Eu disse na minha posse: meu pai usa bigode, e eu sou do tempo do bigode. Palavra dada é palavra cumprida”.
Dovagner também mencionou que, após as duas reuniões, o prefeito Fernando Cruzeta (MDB) e a vice-prefeita Leonete (MDB) conseguiram articular a formação de um bloco aliado. “É parte do jogo. Fernando fez a parte dele, conversou e formou o bloco. Parabéns para eles. Mas a palavra dada não foi honrada por alguns. Na primeira reunião já tinha sido conversado, na segunda foi acordado, e ainda tem as conversas no WhatsApp. Então, não venham dizer que não houve acerto”, afirmou.
Quando questionado sobre a sensação de traição por não ter sido eleito presidente do Legislativo, Dovagner respondeu: “Traído, não. Aborrecido, sim, porque faz parte do jogo político. Nossa postura será de oposição consciente. Ninguém vai travar o município. Queremos que Orleans continue crescendo como tem acontecido nos últimos anos.”
O vereador também destacou sua relação com o prefeito Fernando Cruzeta e a vice Leonete. “Conheço Fernando há anos, já trabalhamos juntos na Câmara. Dona Leonete é uma grande mulher, trabalhamos em vários serviços voluntários. Tenho admiração por eles e desejo que façam um grande governo. No que depender de mim, estarei ajudando nosso município.”
Em relação à influência de ideologias partidárias, Dovagner destacou que o foco dos vereadores deve ser no desenvolvimento local. “Aqui em Orleans, pensamos mais no município. Nossos projetos e votações não são tão direcionados a nível federal. Nosso compromisso é com a saúde, educação, agricultura, infraestrutura, esporte e segurança”.
Por fim, ele ressaltou o papel do vereador na busca por recursos. “Hoje, além de fiscalizar e legislar, temos o dever de captar emendas para o município. Esses recursos são fundamentais para que a administração possa investir no crescimento de Orleans”, concluiu.
Apesar dos desafios iniciais, o vereador confia que o clima de divergências dará lugar ao diálogo e que o legislativo terá um papel fundamental para continuar o desenvolvimento de Orleans. “Tivemos um clima pesado no início, mas acredito que vamos superar isso. São pessoas adultas, conscientes, e estamos aqui para representar a população. Espero que esse seja o caminho da Câmara em 2025”.
Confira entrevista completa